Que silêncio, que vaga de frio imunda de poeira trespassa o ar que se cruza aqui, hoje e agora. Que quebra no livro da história, que fantasia queimada nas rendas do lume, que sentimento desfeito na beleza do anoitecer do dia mais triste dos últimos tempos. A serenidade com que me calas, a mudez nos nossos lábios, tudo o que sempre quisemos que não acontecesse. Mas aconteceu, da pior forma. Sabes? Tenho medo de tudo. Tenho medo porque me criaste uma enorme fossa que circunda todos os meus passos, todos os meus pensamentos, todas as coisas que me pertencem. Raspaste-me da pele as presenças de todos aqueles que me incomodavam positivamente, tornaste-me tua e eu entreguei-me. Agora tenho medo de pronunciar uma mísera palavra que seja porque tudo soa mal e tudo é punível. Apesar de tudo sei que posso dizer que se trata, nada mais, nada menos, do mais belo silêncio que alguma vez escutei.
sábado, 20 de dezembro de 2008
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