sábado, 27 de novembro de 2010

Está frio em Lisboa. Mal sinto as pernas e as mãos escondem-se nos bolsos do casaco.Somos tudo, parecemos almas gémeas que se passeiam pelos corredores e pelas ruas Lisboetas. Contudo, somos somente duas almas que se passeiam, ora de mão dada ora de braços enrolados um no outro. Tudo o que é a base duma relação, não existe. É uma alma mais outra alma, são duas almas, não duas pessoas numa alma só.

Tenho pena que seja assim. Ironia do destino, rumores de que sou distinta e no fim de contas..nunca é por mal. A mente humana nunca pensa por mal, a razão é simplesmente ser um dado irrelevante em todo o sistema.

É como se fosse uma criança a quem só se conta o que é a Terra e a quem jamais se conta que existe a guerra e a fome, só porque isso iria deixar a criança triste. Talvez seja uma criança...e talvez me devesse contentar em só saber a cor dos sapatos que usas, os teus filmes preferidos e se gostas mais de coca-cola ou de ice-tea.

E acontece sempre o mesmo: as crianças perguntam mais, querem saber mais e crescer...mas são sempre crianças e devem ser tratadas como tal. Até que elas começam descobrir sozinhas que o Pai Natal não existe... e no final, é SO isso que magoa as crianças.

Não é o facto do Pai Natal não existir ou o facto de haver guerra...é a dor de sentir que não são suficientemente fortes para ultrapassar essa notícia.

É um título de fraqueza e ignorância que me atribuis e que não serve para mim. Não sou nenhuma criança...

Estou triste, agora sim, sinto-me fraca e minimizada..